Foto de Maria Judite de Carvalho
CHORAM AS GAIVOTAS
Choram as gaivotas
Na minha rua à noitinha
E os grafites…
Os grafites sem aviso prévio,
Mudam as suas cores
De coloridas e alegres,
Para pretas, negras e tristes,
Transformam-se em fantasmas
Em profundos lamentos,
Nascidos na solidão
E nos tristes pensamentos.
As gaivotas!… As gaivotas
Carregadas de penas
E de sonhos desfeitos,
Gritam desesperadas
Pelos beijos que foram nossos
E que se perderam no tempo
E num mortífero silêncio,
Gritam de pesar,
Sem serem ouvidas
E sem deixarem eco,
Porque o nosso amor morreu
E se finou sem retorno
Devido à tua ausência constante,
Que transformava os dias
Em noites sombrias,
Invernosas e frias,
Muito humedecidas
Pelas águas turbulentas
De dois lagos tristes,
Sofridos e desolados,
Que viam passar o tempo
Por entre suspiros e ais,
Porque dois corações
Que se tinham amado tanto,
Já não se queriam
E não se amavam mais.
19-12-2011
Poema de Maria Judite de Carvalho
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