Apesar de muito admirada com aquela visão, eu soube naquele preciso momento que era o pai Natal.
4-12-2018
Reservados os direitos de Autor.
Autora: Maria Judite de Carvalho
Maria Judite de Carvalho é natural de Covas do Douro, Sabrosa, Vila Real.
Publicou POEMAS DA MINHA ANGÚSTIA em 2011, pela Editora Ecopy;
POEMAS DE AMOR E ANGÚSTIA em 2011 pela Editora MOSAICO DE PALAVRAS.
Integrou, as Coletâneas ARTE PELA ESCRITA QUATRO, CINCO E SEIS na forma de poesia e prosa.
Editou em 2013, o livro infantil A SEMENTINHA SOU EU na forma de poesia, Edição de autor.
Integrou os volumes I, II, III e IV das coletâneas POÉTICA - da Ed. Minerva - 2012 a 2014.
Integrou em 2014, 2015 e 2019 a Antologia de Poesia Contemporânea ENTRE O SONO E O SONHO - Vol. V, VI e volume XI da Chiado Editora.
Integrou em 2015, a coletânea UTOPIA(S ) da Sinapis Editores.
Integrou o volume I da Antologia de Poesia e Prosa-Poética Contemporânea Portuguesa TEMPLO DE PALAVRAS – I, II, III, IV e V da Ed. Minerva.
Integrou em 2016 a colectânea TEMPO MÁGICO da Sinapis editores.
Integrou em 2016 a coletânea PARADIGMAS(S) das Edições Colibri.
Integrou a antologia ENIGMA(S) I da Sinapis editores .
Integrou, a antologia ECLÉTICA, I, II, III E IV com coordenação literária de Célia Cadete e de Ângelo Rodrigues, das Edições COLIBRI.
Em 2017 publicou - PEDAÇOS DO NOSSO CAMINHO - na forma de poesia, com fotografias de Jorge Costa Reis.
Em 2019 foi uma das vencedoras do XV Concurso Literário "Poesias sem Fronteiras" realizado e organizado pelo Escritor, Dr. Marcelo de Oliveira Souza e realizada a publicação da Antologia pelo "O CELEIRO DOS ESCRITORES" .
Em 2019 recebeu uma MENÇÃO HONROSA no concurso do VII Prémio Literário Internacional Escritor Marcelo de Oliveira Souza, IWA - Brasil.
Em 2020 publicou - CAMINHANDO SOBRE AREIA - na forma de poesia pela Editora CHIADO BOOKS.
Em 2021 foi co-autora da Antologia - LIBERDADE - publicada pela CHIADO BOOKS.
4-12-2018
Reservados os direitos de Autor.
Autora: Maria Judite de Carvalho
A MINHA KIKA
É uma cachorrinha
Muito pequenina,
Muito brincalhona,
É hiperactiva
E não para quieta,
Adora ir á rua
E foge se pode
Pela porta aberta.
Seu pelo é sedoso
E comprido também,
Não ladra, não chora,
Come a comidinha
E porta-se bem.
Dorme toda a noite
Na sua caminha,
Mas se a deixasse
Dormia na minha.
Ela me adora
E me dá seus carinhos,
Com a boca molhada
E com a língua de fora,
Me dá seus beijinhos.
Com muita alegria
Movimenta a cauda,
E busca contente
O seu brinquedinho,
Olha para mim
feliz e contente
E me pede para brincar
Com muito carinho.
A Kika me ama,
Como se fosse família
E eu cuido dela,
A agarro e abraço
Como a uma menina.
12-12-2011
Poema infantil de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor
MINHA TERRA MEU ENCANTO
Na espiral do tempo
Nasceu do ventre da terra
Empurrada pelo dorso
Dum xistoso penedo multicor,
A minha pequenina aldeia
Que à noite as estrelas a iluminam
E de dia o sol lhe dá calor.
Teu olhar fica tão perto
Limitado pelos montes,
De longe ninguém te avista
Nem a tua eterna beleza,
És pequena pequenina
Vestida de verde esperança,
Onde todos que em ti vivem
São água da mesma fonte
Que não seca e é constante.
Minha terra meu encanto,
Pequena pérola encantada,
Por vales e montes cercada
E pelos curvilíneos vinhedos,
Com cepas rugosas e tortas
Devido a tanta secura,
Te cobres com urze lilás
Prenhe de tanta saudade,
Pelos que partem para longe
E pelos que ficam em amargura.
Oh minha terra velhinha
De quem eu sou filha pródiga
Sem forças para ao teu seio voltar,
Morro longe diariamente
Fustigada pelos invernos do tempo,
Dum tempo que não quer ser tempo,
Nem tempo para te abraçar.
05-10-2017
MULHERES DO MAR
Nas noites de lua cheia,
As mulheres vestidas de negro
Ajoelham-se na areia
E suplicam angustiadas
O abraço e o beijo do regresso
E sussurram baixinho
Com o coração a orar,
Repleto de temores,
Que sentem de ti ó mar.
O luar solidário enviado por Deus
Atenua-lhes o medo,
Afaga-as e beija-as com carinho,
Enquanto ilumina o mar
Como uma jóia de Swarovski
Com o seu brilho,
Mas as mulheres do mar
Que temem a má sorte,
Colocam no peito angustiado,
Um rosário de promessas
E pedem ao deus do mar,
Que não as deixe desamparadas
E lhes traga os seus amores
Que labutam o pão da vida,
No mar alto, feroz e revoltado.
Em noites de lua cheia,
Rezam ao deus do mar
E ao Deus Maior
Ajoelhadas na areia,
Para que tu ó mar...
Não lhes enlutes a vida e o olhar,
Não lhes provoques escolhos
Na vida e no coração,
Com a infelicidade aos molhos,
Ao subtrair-lhes o amor
Que as faz levitar
Em noites de adoração,
Oram por eles e oram por elas
Saudosas em terra,
De coração aflito na espera,
Com o rosto curtido e contraído
Que ao mundo tudo revela,
Revela a saudade, revela o temor
E o triste destino,
Que nasceu com elas.
Ferragudo 19.03.2016
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os Direitos de Autor
POESIA, RIMAS E VERSOS
Poesia, rimas e versos!
São retalhos de vidas sofridas,
Concebidos e sentidos no coração
De quem os cria, lê e sente.
Poesia, rimas e versos!
São gritos nascidos
Nos sentimentos
Enlouquecidos e doentes
Que sofrem por amor,
Porque ser poeta…
Ser poeta é ser louco
Pelo amor que nunca teve,
Ou teve pouco.
Poesia, rimas e versos!
Fazem transmigrar
As almas inconformadas
Com o passado e o presente,
Atormentado e desiludido,
Poesia, rimas e versos!
São feitos de sonhos desfeitos,
Ditados por uma musa
Que só o poeta a ouve e sente,
Porque reside no seu peito.
Poesia, rimas e versos!
Rasgai-os e deitai-os fora,
Porque são tristes
Como o cântico negro
De um cisne desiludido,
Que vive e que sofre
Num lago turvo e adverso
E por isso!…
Por isso nascem na alma do poeta,
Poesias, rimas e versos.
22-08-2019
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor.
RETRATO PINTADO
Em algum momento do tempo,
O pintor pegou numa tela
E pintou uma familia feliz,
O pai, a mãe e dois filhos,
Exatamente como ela sempre quis.
Depois!… Depois pintou o amor de cada um,
O carinho, os beijos, os desejos
E coisas coloridas e simples,
Porque sempre agradam a quem ama
E no centro da tela,
Pintou uma casinha singela,
Cercada por um jardim muito colorido,
Com muitas flores e uma era.
A casa tinha uma janela aberta
Por onde entrava a felicidade,
Os passarinhos, o amor, o carinho,
O luar da noite e o sol da madrugada.
As crianças brincavam, divertidas e felizes
Sem cansaço á tardinha,
Baloiçavam-se muito confiantes
De que iriam conquistar o céu
E que a vida iriam vencer
Depois da espera de crescer.
As noites, os dias e as estações do ano,
Foram-se alternando sucessivamente,
Com realizações ou decepções,
Ora eram quentes no calor do verão,
Ora eram frias no gelo do inverno,
Ora eram passivamente passadas em paz,
Ora cheias de ansiedade e desenganos.
Devido aos contratempos da vida
E com o passar do tempo,
A noite foi crescendo, crescendo
E sombreando o retrato e as cores da alegria
E por mais cor que o pintor lhe colocasse
Ia ficando…ficando triste e sem vida
Aos olhos de quem olhava a tela,
Porque ela foi ficando, com menos doçura,
Menos amor, menos carinho e menos bela.
Quando a noite escureceu completamente
E as crianças deixaram de ser crianças,
Fecharam os olhos ao passado e às lembranças,
Para irem mundo fora à procura de uma vida nova,
Esquecidos do amor que tinha existido outrora
E agora…
Agora a tela feita de retalhos, sem vida, esquecida,
Sem cor, como uma natureza morta,
Está pendurada na parede junto à porta,
Coberta de tristeza e de pó,
Esperando o fim...
E até as pedras que não foram pintadas na tela,
Choram muito entristecidas,
Com pena de ti e de mim.
18-01-2022
Poema de Maria Judite de Carvalho