ALIANÇA PARTIDA
ALIANÇA PARTIDA
A felicidade se fez pranto,
Sofredor como toiro numa arena,
A boca onde outrora
Nasceram beijos quentes,
Estava gelada como um glaciar
E com o olhar triste,
Magoado a sangrar,
Se despediu num fúnebre silêncio,
Sem desejo ou vontade de voltar.
Era inverno...
Era um dia chuvoso,
O vento uivava enfurecido
E convidava o trovão a ribombar,
Seu medo se encerrava na incerteza,
Porque as palavras... as palavras
Há muito que eram órfãos,
De um amor já doente e sem ter chama,
Nela… apenas existia a desilusão,
Enquanto nele!… Oh nele…
Existia a euforia de outra cama.
Desiludida foi caminhando
Só e triste,
Perdoando ao destino
Que a estava a condenar
E em cada passo
Que ela dava na estrada,
Em cada curva
Que contornava no caminho,
Heroicamente ia mordendo
O seu destino,
Enquanto nele!…
Ah!… Enquanto nele,
Com o tempo a sua alegria
Ia morrendo,
Ao ficar em cada dia
Mais sozinho.
11-05-2015
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de autor