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CONTO CARNEIRINHOS
Tantos carneiros que eu conto
São muitos mais do que as mães,
São aos milhares
Os carneirinhos que eu conto,
Muitos mais
Do que aqueles que contais.
Continuo a contar noite dentro
Até as eleições chegarem,
Que tarefa tão árdua, tão perversa
E desoladora também,
São muitos mais…
Que as rimas dos meus versos,
São muitos mais
Que as estrelas lá do Céu,
Mas que desgraça Deus meu!…
Desisto de os contar cá na Terra,
Vou conta-los lá do Céu,
Mas este meu sono não chega
Devido à desilusão que sinto,
Ao contar tantos carneiros
Neste Portugal faminto.
É tão grande a minha tarefa,
É tão grande a minha tristeza,
Ao contar tantos carneiros,
É tão grande o meu cansaço,
É tão grande o meu enlevo,
Os carneiros já não têm conta
E conta-los eu não devo.
5-09-2019
Poema de Maria Judite de Carvalho
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