NOTA BIOGRÁFICA
Maria Judite de Carvalho é natural de Covas do Douro, Sabrosa, Vila Real.
Publicou POEMAS DA MINHA ANGÚSTIA em 2011, pela Editora Ecopy;
POEMAS DE AMOR E ANGÚSTIA em 2011 pela Editora MOSAICO DE PALAVRAS.
Integrou, as Coletâneas ARTE PELA ESCRITA QUATRO, CINCO E SEIS na forma de poesia e prosa.
Editou em 2013, o livro infantil A SEMENTINHA SOU EU na forma de poesia, Edição de autor.
Integrou os volumes I, II, III e IV das coletâneas POÉTICA - da Ed. Minerva - 2012 a 2014.
Integrou em 2014, 2015 e 2019 a Antologia de Poesia Contemporânea ENTRE O SONO E O SONHO - Vol. V, VI e volume XI da Chiado Editora.
Integrou em 2015, a coletânea UTOPIA(S ) da Sinapis Editores.
Integrou o volume I da Antologia de Poesia e Prosa-Poética Contemporânea Portuguesa TEMPLO DE PALAVRAS – I, II, III, IV e V da Ed. Minerva.
Integrou em 2016 a colectânea TEMPO MÁGICO da Sinapis editores.
Integrou em 2016 a coletânea PARADIGMAS(S) das Edições Colibri.
Integrou a antologia ENIGMA(S) I da Sinapis editores .
Integrou, a antologia ECLÉTICA, I, II, III E IV com coordenação literária de Célia Cadete e de Ângelo Rodrigues, das Edições COLIBRI.
Em 2017 publicou - PEDAÇOS DO NOSSO CAMINHO - na forma de poesia, com fotografias de Jorge Costa Reis.
Em 2019 foi uma das vencedoras do XV Concurso Literário "Poesias sem Fronteiras" realizado e organizado pelo Escritor, Dr. Marcelo de Oliveira Souza e realizada a publicação da Antologia pelo "O CELEIRO DOS ESCRITORES" .
Em 2019 recebeu uma MENÇÃO HONROSA no concurso do VII Prémio Literário Internacional Escritor Marcelo de Oliveira Souza, IWA - Brasil.
Em 2020 publicou - CAMINHANDO SOBRE AREIA - na forma de poesia pela Editora CHIADO BOOKS.
Em 2021 foi co-autora da Antologia - LIBERDADE - publicada pela CHIADO BOOKS.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
QUANDO A PRIMAVERA PARTIR
domingo, 28 de novembro de 2021
PARABÉNS JESUS
PARABÉNS JESUS
O presépio está na sala
E a ceia a ser preparada,
Na cozinha baila o cheiro
Da canela,
Na aletria e nas rabanadas.
Sobre a mesa está estendida,
Uma toalha de linho florida
E sobre ela… ah! Sobre ela,
Um bolo rei e outras iguarias,
As crianças ansiosas
Esperam pelas suas prendas,
Os minutos já não passam
E até parecem dias.
A mãe muito atarefada
Às perguntas vai respondendo:
- Sim eu sei!… Dizia ela
Para não os ver sofrer
E o filho mais velho perguntava:
- Que prenda mãe… eu vou ter?
O que o Menino Jesus me vai dar?
- Por favor saiam daqui…
Implorava a mãe sorrindo,
Que me estão atrapalhar,
Eu estou muito ocupada
Com a ceia de Natal.
Todos estavam felizes
E sorriam de contentes
E no presépio o Menino,
Na manjedoura deitado,
Triste e ignorado,
Olhava para toda a gente.
- Ó mãe… estou para ver
Que presente eu vou ter?
E o Menino Jesus
Murmura baixinho:
- Quem faz anos hoje... sou eu,
Há dois mil anos que é assim,
Toda a gente me esqueceu
E ninguém quer saber de mim.
A mãe cansada
Vai limpando o suor,
Lá fora está muito frio
E aqui dentro muito calor
E o Menino Jesus deitado,
Olha para todos com amor.
Todos sentados à mesa
Iniciaram o festim
E o Menino Jesus retorquiu
- Ninguém fez o Sinal da Cruz,
- Ninguém se lembrou de Mim.
Tilintam os copos,
Movimentam-se os talheres
E a comida que é servida
Foi cozinhada
Por uma santa mulher.
O relógio deu as doze badaladas
E todos abriram as prendas,
No chão da sala
Amontoaram-se os papeis,
Sem regras e sem leis
E o menino Jesus deitado
Nas palhinhas fazendo beicinho,
Olhava para todos e perguntava:
- Então e Eu?…
Toda a família me esqueceu.
O fim da festa chegou
Todos se foram deitar
E o Menino Jesus quase a chorar
Naquele silêncio seu,
Olhou em seu redor e perguntou:
- Então e Eu?…
Toda a família me esqueceu.
Hoje foi a festa de Natal,
Durou apenas algumas horas
E como tudo na vida
Também teve o seu fim,
Tantos corações felizes
E nenhum se lembrou de mim.
A sala já está em silêncio,
Apagaram as luzes
E todos se foram deitar,
Fui esquecido por todos
Apesar de ser Natal,
De eu ser irmão de todos
E amar todos por igual.
Natal de 2020
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
LÁ LONGE
LÁ LONGE
Lá longe a chuva cai,
O vento sopra as folhas caídas no chão
E o inverno da vida bate nas vidraças
Frágeis e transparentes,
Sempre prontas a denunciarem
O que falta de bom
E o que abunda de mau,
Dão ênfase ás saudades do passado
E trazem a esperança desesperançada.
Lá longe!…O frio gela a alma
E a faz sangrar palavras escritas
Que se finam na boca como loucas,
Por não terem sido ditas.
Lá longe!…A manhã acorda chuvosa,
À tarde a porta se fecha
E a escuridão se enclausura,
Para murchar uma flor que não floresce
E as fontes… ah as fontes,
Essas não secam
E molham os sentimentos
Sempre que a noite acontece.
Lá longe…lá muito longe
Onde o presente é passado
E eu daqui deste lado
Com a vida a render-se ao destino,
Á espera que num sopro
Se faça sol no caminho.
Portimão, 24-10-2016
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de autor.
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
INCÓGNITO POETA
INCÓGNITO POETA
Os poemas que eu escrevo,
São feitos de versos
Vindos a mim
Trazidos pelo vento,
Como pétalas de rosas
Desfolhadas, esmorecidas,
Inócuas e descoloridas,
São tristes sem vida e sem cor,
São pertença de alguém,
Que mos dita do Além
Com sofrimento e amor.
Quando a minha alma
Os intui, os sente
E os transcreve
Numa folha de papel,
Fá-lo como criança inocente,
Ingénua e ignorante,
Que dá visibilidade
A um poema de amor,
Gerado no ventre
Dum incógnito poeta,
Triste e sonhador.
19-12-2014
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de autor.
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
O MEDO
O MEDO
Queres voltar a viver…
Mas não abes como,
Queres caminhar…
Mas não queres precorrer
O mesmo destino e trajeto,
Porque temes colher
No teu caminho,
Perfumadas rosas
Com espinhos,
Que tua alma sangram
E teu coração espetam.
Não mais queres ser
Uma pobre andarilha
Ou cansada na espera,
Não queres ser mais
Aquela alma ignorada,
Que apenas via o mundo
Por uma pequena janela,
Fosca e envidraçada
E para quem a porta
Da entrada,
Nunca se abriu...
Mas que sempre se fechou,
Na vida foste sempre ignorada,
Porque vieste ao mundo
E nunca ninguém te viu
Ou encontrou.
11-10-2021
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor
sábado, 6 de novembro de 2021
EU SOU ASSIM
EU SOU ASSIM
Metade de mim
É igual a todo o mundo,
A outra metade divide-se
Em duas partes,
Numa não sou ninguém
E na outra parte…
Na outra parte
Sou um poço,
Um poço
Que não tem fundo.
Metade de mim
É sofrimento constante,
Mas a outra metade…
A outra metade,
Divide-se em mais duas partes,
Numa sou frágil,
Humilde e sofredora
E na outra…
Na outra parte,
Sou uma resiliente
E uma alegre vencedora.
Conciliar em mim
Todas estas partes,
Não será tarefa fácil,
Porque sendo como sou,
Preciso de muito amor,
De muita lealdade
E de muita arte.
25-04-2020
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor.
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
DIGAM NÃO À FELICIDADE
DIGAM NÃO À FELICIDADE
Fechem-lhe as portas
E não a deixem entrar,
Para que não estrague as vossas vidas.
Porque ela é vadia, é inconstante
E quando vem… ah!… Quando vem,
Dá-nos sorrisos, faz-nos promessas
E nos promete ser para sempre.
Depois… depois de estarmos
Habituados a ela,
Abandona-nos e vai-se embora,
Deixando-nos sem tecto,
Sem chão e sem janela,
Porque a felicidade mente...
É leviana, é inconstante
E serve-se da ingenuidade da gente.
Ela brinca, pula, não fede e nem cheira,
Como se a vida de cada um de nós,
Fosse apenas e só apenas
Uma brincadeira.
Proibida seja ela de nos bater á porta!…
Que morra!… E que fique morta!…
Não mais a deixem zombar
Com a vossa cara,
Não mais acreditem nela!…
Porque é louca e quando é generosa,
Dá-nos sempre coisa pouca.
Eu abomino os seus falsos sorrisos,
Porque só trazem lágrimas e saudades,
Saudades do que ficou para trás
Ou por viver.
Ela só gosta de gente com sorte,
Porque consegue prende-la até á morte
E não de gente que nasce sem ela,
Que apenas a vê...
Como coisa inatingível e bela.
Deseja-la... há!... Deseja-la
É um desperdício!…
Conquista-la... é insano!…
Abrir-lhe a porta...abrir-lhe a porta
É puro engano.
A felicidade é somítica,
É inconstante
E não se agarra à gente.
Depois de nos abraçar e iludir,
Sai e nos abandona
E sem sentir saudades,
Desabriga-nos e nos joga fora.
Digam não!…
Digam não á felicidade,
Porque ela…
Ela sempre se vai embora.
25-07-2017
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados os direitos de Autor