Foi alcançada a penúltima trilha
Dos trilhos do destino
E o último grito molhado
Dos tempos percorridos,
Que foram escassos de felicidade
E férteis de tristeza desmedida.
Os gritos do gavião
Anularam a graciosidade da garça,
Que desiludida
Escrevia versos e rimas
No caminho dos seus passos,
Muito mal acarinhados,
Mal recebidos
E mal compreendidos.
As desilusões
Cansadas da difícil viagem,
Apearam-se
No penúltimo apeadeiro,
Porque o fim da jornada chegou
Coberta de pétalas descoloridas,
Por um amor que se finou
Nas curvas da vida,
Cheias de tristes lembranças
E de suspiros no dia após dia.
Esse malogrado amor
Narrado às flores do caminho
E dialogado com as andorinhas
Que choram voando
Ou recolhidas nos ninhos,
Sempre que o turbulento
Passado é lembrado
E Transformado em pecado,
Que emerge do fundo da alma
Onde só existe amor e dor,
Banha-se na chuva molhada
Caída da esperança desesperançada
E da desilusão descontrolada
Que grita silenciada em mim,
Por tão triste história
De amor... sem amor
E com tão triste fim.
29-08-2025 Pinhão
Poema de Maria Judite de Carvalho
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