RETALHOS SAUDOSOS DO DOURO VELHINHO
Foto de Maria Judite de Carvalho Pinhão, Julho/2024RETALHOS SAUDOSOS DO DOURO VELHINHO
Nasci e cresci na beleza
Dos teus socalcos,
Construídos nas encostas
Dos teus montes,
Que limitavam o meu olhar
E expandiam o meu sonhar,
E por mais que tu me renegues
Ó Douro dos meus encantos,
Sempre te sonhei e amei,
Sempre acariciei teu seio
Como uma inocente cria,
Embalada no teu berço
Para crescer dia após dia.
No meu peito bem guardado,
Vives ó Douro velhinho,
Com os teus socalcos certinhos
E devaneios no olhar,
Da menina que brincou sonhando
Por entre os bardos
Das videiras brincando,
No meio dos vinhedos coloridos,
Nas poeiras do barro doirado,
E nas pedras xistosas e irregulares,
Que brilhavam ao sol e ao luar.
Agora!….agora…
Sou pedaços de lembranças
Dos teus altares tão velhinhos,
Encrostados no meu peito
Como uma natureza morta,
Onde a fonte dos meus sentidos
Rega toda a minha saudade
E me cobre de cinzenta bruma,
Para meus sonhos transformar,
Em retalhos de saudades,
Da água pura das tuas fontes,
Do verde bucólico dos teus montes,
Dos pedaços de xisto que eu pisei,
Das curvas redutoras do meu olhar,
Das águas chorosas das tuas fontes
E das tuas coloridas paisagens,
Que em pensamento me fazem sonhar.
01-12-2016
Poema de Maria Judite de Carvalho
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