RESIGNAÇÃO
Parti silenciosa para longe,
E durante a minha caminhada
Fui deixando para trás
O ruidoso mau tempo,
Que escurecia o meu templo
E onde eu heroicamente
Dava luz à escuridão
E beijava as estrelas cadentes,
Para afastar os relâmpagos e o trovão.
Pintava de azul as noites sem luar,
Para acalmar as águas turbulentas
Do meu rio e do meu mar.
Depois…oh!… Depois,
Fui calando as desilusões,
Confortando-as com sorrisos,
Dei serenidade
Aos revoltados sentidos,
Colori os negros pensamentos
E edifiquei pontes e castelos,
Pintei-os com as cores mais belas,
Com as cores dos meus
Inocentes sonhos,
Que eram simples
Como os meus desejos,
Lançados na secura da terra
De um jardim estéril
E sem vida…
Inundado de um falso perfume
Dos lírios e das rosas,
Enquanto o piedoso destino
Me libertava dos espinhos
E da crueldade deles e delas.
E assim…
Assim eu fui me afastando,
Afastando para longe,
Para muito longe...
Distanciando-me de todos eles
E também de todas elas.
Parti silenciosamente
Para loge!...
21-2-2017
Poema de Maria Judite de Carvalho
Reservados dos direitos de autor.
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